quinta-feira, 5 de junho de 2008

Saber esperar


Hoje acordei com o coração pesado...
Nem a conversa de ontem com a Amiga (aquela a quem não preciso de dizer nada para saber exactamente o que estou a pensar), nem o facto de me ter deitado a pensar que afinal o que tiver que acontecer, acontecerá (e não será obra do acaso), nem o sentimento escondido lá no fundo a murmurar que iria tudo correr bem, me fizeram acordar mais leve.
Ai que dia cinzento se avizinhava na minha alma, onde nem os raios de sol (esses que têm espreitado de quando em vez nesta Primavera que mais parece Outono), me fizeram sorrir.
E de semblante fechado lá fui eu trabalhar.
Mais um dia, mais uma ficha, mais uma volta... menina bonita não paga, mas também não anda...

As tentativas de abrir um sorriso culminavam num trejeito amarelo que fazia com os lábios.
O trabalho não rendia; os papéis chegavam em catadupa à minha secretária e o peso do coração tinha arranjado companhia: a consciência: "tenho tanto que fazer e estou para aqui a antecipar um problema que nem sequer sei se existe".
Penso demais, raciocino demais, problematizo demais, dramatizo demais... comigo é tudo em demasia!
E neste estado andei toda a manhã até meio da tarde...
Já pensava tudo, como é meu costume... dúvidas que se tornavam em certezas e no minuto a seguir voltavam a ser dúvidas...
Detesto estar assim, tenho necessidade de me sentir segura... mas o que é isto de estar segura? Sei lá eu o que vai acontecer no minuto a seguir...
Após uma conversa via msn com um amigo (a Internet é fantástica não acham?), lá me fui sentindo mais leve, menos pessimista, mais confiante; seja lá o que fosse que estivesse para chegar, ou não, seria o que tinha que ser... e o que tem que ser é muito forte!

Até que, de repente, quando já não esperava nada, ACONTECEU!

As mãos tremiam ao abrir o tão esperado, qual caixa de pandora que guarda todos os segredos do mundo! Seria bom? Seria mau? (e lá estava eu deitar-me a adivinhar, acho que me passou ao lado uma boa carreira de vidente).
Sim, não era bom nem mau, apenas era!
Mas, pelo simples facto de ser, já era qualquer coisa, que mais não fosse era a necessidade de comunicar.
Ora, vá lá, claro que era bom!
Não preciso de dizer que o semblante fechado se abriu num sorriso radiante pois não?
Claro que depois vieram os pensamentos óbvios destas alturas: "mas para que é que andei eu assim todo o dia? Porque teimo em sofrer por antecipação? "
Bem, é verdade que não vinha escrito o que eu queria ler, mas já aprendi, de outras andanças, que as coisas não acontecem quando nós queremos mas antes quando têm que acontecer... e a maior sabedoria é saber esperar (como diz a minha amiga)...
Não correr atrás, o que tiver que vir vem sozinho, sem pressa nem correrias, no seu próprio tempo.
Eu consigo perceber o sentido das coisas que sinto e acredito. Tenho plena consciência que se parar um bocadinho para pensar, talvez vivesse as coisas de forma diferente. Mas, certo é que nestas alturas, em que é o coração que comanda a nossa alma, nem Freud conseguiria ser lógico.

E no final, o que retirei daqui?
Que talvez o adágio popular "quem espera sempre alcança" tenha uma pontinha de veracidade... pelo menos até eu achar que, afinal, verdadeiro é o nos alerta : "quem espera desespera"...
Talvez num outro dia assim, mas hoje não!...










1 comentário:

  1. Porque será que complicamos demasiado as coisas? Se nos limitassemos a seguir o que sente o nosso coração, certamente tudo seria diferente...mas talvez perdessemos a alegria da descoberta, a alegria da libertação.....

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Exprimam lá o vosso estado de alma...