sexta-feira, 13 de junho de 2008


A natureza humana é de facto demasiado complicada, vejamos desde logo no plano genético: a estrutura molecular, a composição dos genes, ADN e afins…
Mas, e como se isso não bastasse, é o próprio homem que complica ainda mais essa natureza, desta feita num outro sector - aquele que não pode ser analisado através de métodos científicos nem visualizado ao microscópio: o dos sentimentos…
E de repente, não fosse já suficientemente preocupante a luta diária de ter que sair da cama de manhã, tomar duche, vestir, beber café, (para que os olhos não fechem no caminho para o trabalho, sim, porque as horas de sono nunca são suficientes) procurar o carro pois, já não nos lembramos onde o estacionamos no dia anterior, ás vezes ter levar com a má disposição dos colegas ou pior, do chefe, ainda temos que nos preocupar com o que sente o nosso coração…
E depois, estando ele de uma forma ou de outra, há sempre qualquer problema… é como diz um amigo meu quando lhe falei dos requisitos para encontrar a minha cara-metade: “se são novos, são novos, se são velhos, são velhos, se são solteiros é porque há qualquer coisa de errado, se são casados já não dá… chiça!”.
Quando o assunto é o coração, o raciocínio é o mesmo: se está vazio, ai que triste que eu ando porque ninguém me quer; se está ocupado, ai que não posso olhar para outros homens antes que traia o namorado/marido em pensamento; se está em vias de ser ocupado, ai que assola a dúvida se será desta que encontrei o tal…
E andando com estes pensamentos na cabeça, não deixamos qualquer espaço, por pequeno que seja, para aproveitar as coisas boas que nos vão acontecendo…

Deixa-te levar pelo bom que sentimos hoje… pelas borboletas a passear no estômago de cada vez que olhas nos olhos de quem amas…
Deixa-te levar pelo riso contagiante de uma criança que passa na rua com um gelado na mão…
Deixa-te de achar que és melancólico e lamechas só porque choras no fim de um bom filme emocionante no cinema…
Deixa-te transportar para outra dimensão quando recebes (e dás) aquele beijo profundo, intenso, fantástico, quase que dirias irreal quando a única coisa que não existe mesmo é a outra dimensão…
Deixa-te de achar que o mundo acabou hoje só porque te partiram o coração… Apanha os cacos e volta a colar pois daqui a uns dias estará pronto para ser novamente quebrado…
Deixa-te levar pelas emoções sem questionar muito para onde elas te levam…
Não corras atrás porque o que for para ti chegará sem o pedires!
Não fujas, porque ainda assim irás ser encontrado!
Não lamentes pelo que aconteceu, agradece antes por ter acontecido já que te fez crescer!
Sente, sem medo de sentir dor! Ela passará e trará a alegria!
Não anseies por um futuro melhor se não consegues viver o presente de forma a desejá-lo!

Abre o teu coração, mas não esperes que os outros façam o mesmo… ainda assim, não os culpes... não somos todos iguais e é essa diferença que nos faz gostar deles…


Vive apenas!
Sente apenas!
Sem medos!
Sem angústias!
Sem pessimismo!

Não parece difícil pois não?
Então para quê ligar o complicómetro?

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