segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Á tua porta


E foi como de costume...

Era tarde, estávamos cansadas, com sono e tu aflitinha para ir à casa de banho mas chegamos à tua porta, desliguei o carro, desapertamos os cintos de segurança, pusemo-nos confortáveis e não havia mais nada no mundo.... só aquele momento que se repete de cada vez que estou contigo e sem o qual já não sei ser.

Não é um hábito porque,normalmente, esses acabam quando se tornam demasiado repetitivos e o certo é que já nem sei há quanto tempo este momento faz parte das nossas vidas...
É talvez a minha necessidade de te contar tudo o que vai na minha alma, de querer ouvir tudo o que sobre isso tens a dizer e, mesmo quando não há nada de novo a dizer, falamos do velho, do passado, do que aprendemos, do que já nos rimos, do que sofremos e gritámos, de quem já amamos... falamos muito de quem já amei, por quem já chorei, com quem já sorri mas quase morri.
E, inevitavelmente, chegámos aquela parte da conversa: mas o que é ainda tenho que aprender?? O que falta ainda ver que ainda não vi?

E a tua calma, a tua paciência (sim, por isso mereces um Óscar) em lembrar-me que se me questiono é porque ainda não aprendi, não senti tudo, ainda não é o momento...
Ai que desespero, penso eu...

E depois olho para trás: há ano e meio achava que o meu mundo tinha acabado, que não era capaz de me apaixonar de novo, que não sabia amar mais ninguém, que não me via a ser amada por mais ninguém - errado.
Aquele nosso amigo "tempo" mostrou que não foi assim, doeu mas passou, sorri de novo, amei de novo e sofri de novo, é verdade, mas senti que estou viva, que é possível, que há aí tanta coisa ainda para experimentar, sentir e amar.

Por isso nestes momentos, como ontem sabes, lembra-me sempre disso pois ás vezes tenho tendência para me esquecer.
Sei que nem preciso pedir pois não me deixas à deriva muito tempo, mas há dias, como ontem sabes, que parece mais duro, mais difícil de suportar...

Beijo no coração Carlinha.






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