terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Entrava no carro depois do trabalho que me conduzia até ao mar quase todos os fins de tarde, fizesse sol ou chuva, estivesse nevoeiro ou céu limpo.
Descalçava-me quase sempre para sentir a areia nos meus pés, inspirava o cheiro a maresia e fechava os olhos.

Deixava-me estar ali sentada a comungar da serenidade que vinha até mim empoleirada nas ondas que se desfaziam aos meus pés.
Este ritual acalmava-me a alma, pelo menos durante o tempo que ali estava... nunca havia pressa para voltar a casa que, afinal, estava vazia à minha espera.

Muitas vezes fui despertada pela lua que tinha vindo ocupar o lugar do sol.
Outras tantas foi o frio que se entranhava no meu corpo e me impelia a procurar um local mais ameno.

Paz... silêncio... leveza de espirito... mente liberta... corpo solto... só eu...

Sinto falta disto...
Das horas lá passadas, nunca perdidas.
Da calma trazida no peito.
Do cheiro que se impregnava em mim.
Do toque da areia na pele.
Da linha do horizonte a dançar na minha retina.

Sinto falta...

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