segunda-feira, 2 de março de 2009



Já tive dezasseis anos e pensei que vivia o conto de fadas onde a princesa encontra o príncipe e tudo era perfeito… mas ao fim de uns longos anos tudo esmoreceu e o filme colorido passou a uma tela cinzenta, sem esperança de um final feliz.
Desde então passei dois anos a tentar preencher o vazio que ficou... Os sonhos perdidos, os gestos esquecidos, as palavras por dizer, as emoções que pensei ter perdido.

Lágrimas, mágoa, muita tristeza encheram a minha alma meses a fio…

Então aventurei-me numa relação “proibida” que afinal não passou de uma tentativa vã de preencher esse vazio que foi tomando conta de mim e de onde apenas restou uma invulgar empatia.
Depois tive uma experiência daquelas que nada significam, nem mesmo digna de ser lembrada, mas que, como tudo aquilo que passou na minha vida, deixou uma marquita na minha alma.

Até me apaixonar de novo, até sonhar de novo, até aperceber-me que talvez, talvez fosse possível viver num castelo… Vivi dias fantásticos, senti uma alegria enorme só por ter consciência de que podia ser feliz, mas esta sede do conto de fadas, essa demanda que fiz a razão da minha existência, essa busca incessante do cavaleiro encantado deitou tudo a perder…
E fui novamente descobrir o que se passa no fundo do poço, desta feita bem lá no fundinho, e por lá andei uns tempos, atormentando-me a cada instante com as lembranças de tudo o que tive, de tudo o perdi, de tudo o que poderia ter sido e não foi… todas as pedras em que tropecei, todos os buracos onde caí, todas as tentativas de me levantar de cabeça erguida.

Até que aqui cheguei…

Olho para trás, sei que faria algumas coisas de forma diferente é verdade, mas se não as tivesse feito assim, estaria hoje a escrever isto? Claro que não…
Foi preciso passar todas essas coisas, viver todas estas situações, sentir toda esta panóplia de emoções contraditórias, viver tantas incertezas e tantas desventuras, rir-me por instantes e acabar a chorar dias que não pareciam ter fim…

E hoje?

Hoje o meu corpo é o mesmo mas a minha alma, essa está diferente… Essa sabe, agora, que não se pode apressar a vida porque ela tem o seu tempo, não se pode apressar o sonho porque ele vem quando tem que vir, que não se pode apressar o amor porque esse tem hora marcada com o destino.
E cheia desta nova forma de ser, estar e sentir já não me importo se tiver que tropeçar noutras pedras, cair em novos buracos ou descobrir novos poços porque foi tudo isto que me trouxe até aqui… e onde já não me sinto só… tenho-me a mim…

3 comentários:

  1. Muito bom! Tens-te a ti! É isso que importa porque assim nunca estarás sozinha...

    Beijoquinhas.

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  2. Hoje tambem escrevi um texto... dentro do mesmo tema que este teu...
    nao sei se foi coincidência.
    nós temos de estar acima de tudo o que vivemos.
    e as lágrimas só servem para nos libertar e dar força para o resto dos dias que sucedem...

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  3. Bem, apenas me resta dizer, se te tens a ti mesma tens o mais importante. Passamos muito tempo da nossa existencia a viver para os outros até que nos esquecemos de nós proprios, Um erro enorme!


    Por isso, sorri, seja apenas para ti ou não, mas sorri :)



    Beijo!

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Exprimam lá o vosso estado de alma...