Tudo seria mais fácil se conseguíssemos apagar da nossa mente e da nossa alma esta ou aquela escolha que um dia fizemos... na altura o que nos pareceu mais acertado, movidos pelo entusiasmo de viver algo desconhecido até então, a adrenalina que causava, o perigo que rodeava, a vã sensação de que aquilo era tão mais que carência, que era um sentimento nobre... e pior, recíproco... my mistake.

Tudo seria mais fácil se o conseguíssemos cristalizar para todo o sempre, naquela parte gelada do nosso ser, invisitável, impercorrível porque o caminho de sangue e lágrimas é demasiado tortuoso para lá voltar.

Tudo seria mais fácil se não nos fizessem lembrar de quando em vez que afinal somos humanos, que errámos e fazemos coisas menos certas.. que afinal não somos um poço de virtudes, temos falhas defeitos... não há seres perfeitos.

Tudo seria mais fácil se, por mais arrumado que estivesse na nossa alma e no nosso coração, por mais que a vida me tenha trazido tanta, tanta, tanta coisa boa após tanta coisa menos boa ( passei a acreditar que tudo na vida é uma questão de equilíbrio) nada nos perturbasse, nada nos fizesse lembrar, nem pensar... nada nos fizesse percorrer o tal caminho outrora trilhado...

Mas...parece que somos feitos de emoções, de sentimentos, de afectos... de paixões e ódios, de angústias, de medos, de receios...

Existem, efectivamente, marcas gravadas na nossa alma e no nosso coração que não se apagam, fazem parte de nós, da nossa história, da nossa forma de ser... que contribuíram para o que somos hoje e que seguramente, e sem falsa modéstia o assumo, me fizeram melhor pessoa.