quarta-feira, 3 de junho de 2009

Há um ano...

Exactamente há um ano atrás, mais ou menos por volta desta hora, disse-lhe "boa viagem".
Mas, nesse momento, não sei bem explicar porquê (acho que sentimos essas coisas mesmo inconscientemente) algo me dizia que era mais um adeus... daqueles que se dizem não quando não esperamos ver novamente aquela pessoa, mas aqueles que se dizem quando as coisas nunca mais voltarão a ser como eram até então.
Hoje sei que foi assim.
Até hoje não sei que nome chamar ao que aquilo foi...

Ainda que, durante um longo período, tivesse tentado entender e esclarecer a razão de ser da mudança de atitude, de cada gesto, de cada palavra ou silêncio que se seguiu, o certo é que nunca vi nos seus olhos nada escrito... as formas de comunicação hoje em dia são muitas e ainda que tenha chegado até mim a mensagem, dos seus lábios nunca ouvi nada mais que conversas de circunstância quando, mais tarde, nos voltamos a encontrar.

Podia, como fiz na altura, tentar encontrar uma justificação, tentar arranjar uma forma de explicar aquele comportamento, mas, como já disse uma ou outra vez, há coisas que não se explicam e deixei de tentar.

Há sentimentos que apenas nós sentimos... e todos os sentimos de maneira diferente...

Guardo alguns momentos em que desejei parar o tempo só para não deixar de sentir tudo aquilo que me invadia o peito... mas não olvido o sentimento de desilusão que experimentei quando me apercebi que nada daquilo era como eu idealizava... o sonho ainda comanda a vida.

Marcas ficaram, é certo... se assim não fosse, não estaria hoje aqui a escrever.
Mas já deixou de doer e, num exercício de retrospecção, não consigo precisar em que manhã acordei e vi que já não morava mais em mim...

Sei que todas as coisas acontecem por um motivo... e hoje sou, estou e sinto-me diferente de que era, estava e sentia há um ano atrás...

Ainda assim, não acho que tenha perdido a capacidade de amar só porque fez mossa, até porque não consigo amar de outra forma diferente daquela que sempre soube: entregar o coração e a alma sem limitações, sem receios, sem complexos e sem preconceitos...




3 comentários:

  1. Sim. Eu sou como tu. E no fundo quem ama com o coração todo, com a vida, da forma mais pura, pode ganhar reservas, mas a essência essa, fica sempre!
    Eu senti como tu. Um dia que não sei especificar qual, passou. Deixou de doer, de ter importância. Ficou a lição de vida e o ensinamento.
    Apesar de, quando nos apaixonamos, esquecemos tudo e tantas vezes voltamos a cometer os mesmos erros... mas acho que é normal.
    Os sentimentos não são racionais. os verdadeiros. e acho que nunca serão...

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  2. O tempo sempre o tempo...a diluir os sentires...o tempo às vezes é um grande sacana...às vezes um bom aliado!


    Beijos

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Exprimam lá o vosso estado de alma...