domingo, 28 de setembro de 2008


Estou num daqueles momentos em que sinto falta de alguém...
O copo vai a meio, o rosado escuro que tinta as suas paredes de cada vez que o levo aos lábios deixa um sabor a nostalgia na minha boca.
Só há um copo em cima da mesa... não dois...
O desejo de partilhar este momento chegou assim que bebi o primeiro gole; há prazeres, como este, que devem ser partilhados de quando em vez... sim, porque há dias em que não há melhor companhia que a nossa... contudo, hoje não é um desses dias. Apetecia-me um ombro, um enrolar de outros dedos nos meus, um olhar, um beijo inocente...
E, para animar este sentimento, oiço ao longe o Paulo Gonzo a cantar os seus Jardins Proibidos - um aperto prende o meu coração...
Quantos jardins já não percorri... mas ainda não descobri o ponto de chegada neste labirinto por onde tem andado a minha alma... e ainda não me perdi naquele recanto aninhada a quem irei deixar que se perca em mim... ou perdi? ou deixei?
Sim, já me perdi e já deixei que se quisessem perder, o que nunca quis foi prender quem nunca se quis encontrar em mim... deixei ir...
Acredito que o que nos está destinado acabará por voltar, ou chegará sem aviso com aquela força que me fará perder novamente...
É certo que cada vez que o mapa é desdobrado e iniciamos a viagem das emoções, não sabemos de antemão se vamos chegar á casa do Rossio e aí nos quedamos definitivamente ou se a sorte nos empurrará para a casa da cadeia... certo é que neste monopólio dos sentimentos, ninguém chega à bancarrota porque há muitas formas de amor... o amor romântico, o amor paixão, o amor ternura, o amor amizade...
Porém, neste momento era com o amor romântico que me apetecia dividir este copo de vinho...

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